segunda-feira, 16 de abril de 2012

Castelo Leap: do pesadelo ao sonho



Semana passada, eu tive um pesadelo. Na verdade, depois que acordei, ainda com a sensação de coração acelerado, continuei com a sensação do sonho e - pasme - morrendo de vontade de voltar lá! Contanto, percebi que não foi exatamente um pesadelo. Eu sonhei que era noite, o céu estava nublado e havia uma presença comigo, mas eu só podia ouvir sua voz. Eu estava com meu vestido ritual e meu manto. Eu atravessava um pátio e ficava de frente para o Castelo Leap. Ele era quadrado, escuro e feio, com uma porta de madeira grande e duas janelas abertas mais pra cima. Havia um portão de grade escura com cadeado. Alguém me dizia para dizer meu nome, me apresentar, mas eu sabia que era um castelo assombrado e tentava dizer o nome de um inimigo! Só que saía meu nome! Imediatamente, as luzes do castelo se acendiam e saia lá de dentro uma música clássica linda, como se houvesse uma festa. E eu saía correndo. Uma força me empurrava gentilmente para a esquerda e quando eu percebia, estava diante do castelo novamente, todo apagado. O processo se repetia. Eu dizia meu nome, as luzes se acendiam, mas dessa vez tocava uma música tipo Coldplay, uma balada, uma música linda! E eu saía correndo de novo. Dessa vez, a força que me empurrava para a esquerda era maior. De novo, eu ia parar na frente do castelo. A voz que me acompanhava disse:
"Você não gostou das músicas?"
Eu dizia que sim. Então ele respondia:
"Então, essa é a forma deles dizerem que estão felizes em receber você. Não tenha medo."

Eu respirei fundo e perdi o medo. Aí as portas pesadas de madeira se abriram e só havia escuridão lá dentro. E, dessa vez, eu entrei.
Lá dentro, assim que eu entrei, tudo se iluminou e virou um museu gigantesco, com teto altíssimo, tudo iluminado em dourado. A nossa guia Liane Sassen estava lá falando pra Iza e para um grupo nosso sobre um artefato. E eu me juntei ao grupo, espantada com a grandiosidade do lugar, vendo que havia outros salões igualmente ricos e iluminados ao redor.

O que tirei desse sonho/visita? Não é pra ter medo! Vamos de coração aberto e sincero e as portas do conhecimento se abrirão para nós! Agora, conheça um pouco da história desse que é considerado o castelo mais assombrado da Irlanda!

Para saber mais sobre nossa viagem à Inglaterra e Irlanda Medievais, incluindo uma visita ao Castelo Leap, entre em contato pelo e-mail eddie@eddievanfeu.com, ou dê uma ligada no (21)3872-4971. Você também pode se manter por dentro seguindo o blog irlandaeuvou.blogspot.com.br


Esse é bem parecido com o castelo que eu vi, mas no meu sonho não tinha grama e tinha duas janelas paralelas grandes logo acima de uma grande e pesada porta de madeira.

Você já viu um fantasma? Eu já! E apesar do medo danado que senti na hora, foi uma experiência fantástica! Se tem uma coisa que a Irlanda tem é fantasma. Quer dizer, a Irlanda e a Europa toda, né? Mas a gente vai direto ao ponto. Uma de nossas paradas será no Castelo Leap, considerado o mais assombrado da Irlanda. A história desse castelo é sinistra e muito longa. Foi um dos últimos redutos irlandeses a cair diante dos ingleses no século XVII. Propriedade dos O'Carrolls, uma disputa de família levou a uma briga entre irmãos. Um dos irmãos era padre e celebrava uma missa na capela do castelo, quando o irmão rival entrou e o matou com um golpe de espada. O padre caiu sangrando e morreu no altar, escandalizando a família que viu toda a cena. Essa capela ficou conhecida como a Capela Sangrenta e é um dos pontos mais assombrados do lugar (embora os moradores da região acreditem que a área que cerca o castelo é também muito negativa).


Numa obra, encontraram uma porta na capela, uma espécie de alçapão. Agora, olhe os requintes de crueldade! Pessoas eram jogadas nesse buraco e deixadas para morrer. Se a queda não a matasse, ela ainda passaria vários dias morrendo de fome e sede sobre um amontoado de corpos mal cheirosos. Tudo isso, vendo e ouvindo os passos das pessoas acima delas, e sentindo o cheiro da comida que era preparada. Uma janela as permitia ver as pessoas que podiam sair e entrar no castelo livremente. Em 1900, limparam esse buraco e foram preciso três carroças para retirar todos os ossos. Um relógio de bolso de 1840 foi encontrado nas ossadas.
O castelo mudou de donos, foi atacado pelo IRA quando passou para as mãos de uma família inglesa, pegou fogo e sempre manteve seu histórico de desgraças, acidentes bizarros e aparições. Uma das donas inglesas afirmou ter sentido alguém tocar seu ombro e quando olhou, viu um ser inumano, do tamanho de uma ovelha, cujos olhos eram órbitas grandes e negras, como se estivessem em decomposição. E ele exalava um odor nauseante de um corpo putrefato. Este ser, já avistado antes, é tido como um elemental, mas particularmente, eu acredito ser um dos espíritos que morreu no buraco.



Um dos donos foi informado que pessoas eram emparedadas em sua sala. Incrédulo, mandou derrubar a parede. Pra sua surpresa, três esqueletos foram encontrados. Ele mandou emparedar de volta, dizendo que se seus ancestrais tinham feito aquilo é porque tinham tido um motivo (tudo gente boa!...).
Conforme o castelo mudava de mãos, os novos donos iam sofrendo acidentes bizarros, morrendo de gangrena ou simplesmente morrendo. Até 1990, quando o castelo foi vendido e o novo dono apostou numa reforma total (ele estivera fechado por 70 anos, e moradores da região viam as janelas se iluminarem de noite, como se um monte de pessoas com velas tivessem entrado de repente...). Um acidente misterioso durante a obra fez o novo dono ir para o hospital e a obra atrasou em um ano. Depois desse período, ele, teimoso, voltou. Outro acidente bizarro o fez quebrar os quadris, mas não impediu a reforma. Em 1991, um batizado da filha do dono. Pela primeira vez em séculos, a Capela Sangrenta se encheu de música, alegria e risos. Nenhum incidente aconteceu nesse dia.

Tô doida pra ir! E ver o que vai sair nas fotos!


Um comentário:

Nanael Soubaim disse...

Ah, o medo! É como criança caprichosa, que diz 'não' para valorizar seu acto de receber.
Fantasma eu nunca vi, não na acepção que deste, mas já vi uma salamandrinha saracoteando no rodapé do quarto, enquanto eu fazia minha prece meridional. Preciso dizer que ficou quente pra caramba?